30/07/2007

Um sonho real

Agências dão suporte e oportunidades para aqueles que sonham com a carreira de modelo

Ana Carolina Lahr

O contato freqüente com a televisão e a idéia de que modelos são deuses da beleza são os grandes responsáveis pelo sonho de modelar cultivado por muitas pessoas desde a infância. Alguns desistem da idéia ao descobrirem novas afinidades; outros decidem persistir no sonho. Estes, logo descobrem que ser modelo é uma profissão como qualquer outra e exige responsabilidades e atribuições. “No fundo todos nós somos modelos ao vestirmos uma roupa e sairmos para a rua. A diferença é que alguns ganham com isso, outros não”, revela Val Nogueira, proprietário da RN Agency, de Bauru-SP.


Ao decidir pela profissão, é preciso se acostumar com a idéia de que modelos muitas vezes funcionam como “cabides”. Isso não significa que a eles não é permitido sentir ou sofrer, mas a associação reafirma o uso do corpo como instrumento de trabalho, por isso quanto mais natural e impessoal for a beleza, melhor, afinal é o cliente quem põe a marca no modelo. Por isso, tatuagens nem sempre são bem vindas.

Para ser modelo é preciso duas coisas, afirma Val Nogueira. “A primeira é ter biótipo. A segunda, uma agência séria”. (Ufa! Por um momento pensei que a história de peso e altura não passasse de “ladainha”).

Peças essenciais numa agência de modelos são os scouters – caça-talentos - e booker – quem analisa tecnicamente as pessoas e coordena o material fotográfico.

Prevenindo os tombos da carreira, Beatriz Silvestre, booker na RN Agency, diz: “Nós prometemos os testes, não a escolha. Quem deve trabalhar para isso é o modelo”, e Val completa: “Nós exigimos o básico. O que posso dizer é que quanto mais envolvido, mais próximo estará de ser o melhor”.

Nogueira, que no passado produziu o TicTac Mega Model, revela que concursos são os melhores lugares para encontrar novos talentos. Enquanto as tops de biótipo adequado são escolhidas, o produtor de moda fica de olho naquelas que se encaixam no perfil comercial. Por isso, se você participou de um concurso e não foi classificado devido às suas medidas, ainda há esperança.



Um comentário:

Anônimo disse...

Bem, Ana Carol,
Eu acho que essa idéia de "cabide" de que você falou ainda é um pouco nebulosa. Para mim, o trabalho não parece ser muito legal para os próprios modelos, apesar das coisas positivas que possa ter. Eu sempre achei curioso, por exemplo, ver pessoas que iam aos desfiles e "desconsideravam" a modelo para considerar o modelito e, enfim, a marca. Mas, apesar de a idéia de "cabide" ainda ser nebulosa para mim, pude ver com o seu texto que existe nisso tudo um profissionalismo que deve ser respeitado, uma vocação que deve ser respeitada e uma especificidade que deve ser respeitada. Afinal, é um ótimo jeito de se expor aquelas obras de arte que são algumas roupas. Quer dizer, eu acho, que o mais importante que podemos observar de um desfile são as roupas, e não o desprezo dos espectadores pelos modelos. Esse desprezo é apenas eventual e, ainda assim, não é pleno, uma vez que os modelos são pessoas de carne e osso. Muito bom que pessoas de talento como você estejam se dedicando a escrever sobre isso e a ajudar pessoas como eu a enxergar melhor isso. Toda vez que leio uma matéria daqui é uma coisa surpreendente que eu aprendo. O que seria de nossa opinião se não fosse esse jornalismo de moda? Diga lá, meu irmão!

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