Marinheira de primeira viagem
A comemoração do centenário de migração japonesa ganhou espaço até mesmo no mundo da moda - e que espaço!
O acontecimento originou o tema central da 25ª edição da São Paulo Fashion Week: motainai. A palavra de origem japonesa significa “respeito” e “não desperdício”, e afirmou por mais um ano a postura sustentável assumida em edições anteriores.
As paredes da Bienal, revestidas de papelão, receberam pinturas temáticas do artista Rogério Hideki e remetiam muralhas.
Conhecendo pela primeira vez a Bienal de São Paulo e, conseqüentemente, o tão almejado evento do mundo da moda, confesso que faltou glamour. Eu esperava mais luzes, mais calor, mais proximidade. A impressão foi de que, apesar de um convite ou outro acabarem em mãos de pessoas “comuns”, só mesmo três condições conferem suporte no evento: imprensa, fama e conhecimento profundo sobre o mundo da moda. Para estes últimos, eu diria que o prazer de estar ali é justificado na simples capacidade de interpretar cada detalhe.
A imprensa já havia revelado que a entrada do prédio da Bienal representava o encontro de culturas a partir das árvores símbolos de cada país - o ipê amarelo e a sakura (cerejeira rosa). Ao entrar no prédio achei, por um momento, ser o lugar errado. Somente ao me deparar com o pessoal da Natura ministrando flores de origami que associei um fato ao outro. Um tanto decepcionante.
Tentou-se também reproduzir o clima da capital japonesa através da uma decoração com estruturas metálicas que sustentavam luminosos de ideogramas da língua e patrocinadores do evento. Talvez por causa do dos convites limitados – e ansiosamente desejados –, o efeito não foi tão tocante assim. O ambiente pouco se desprendeu do ar de “bienal” para remeter à agitação de Tóquio. O momento que mais se aproximou desse calor humano teve um motivo: Gisele Bündchen.
Apesar da expectativa derrubada, é de se admitir que o ambiente cuidadosamente planejado. As exposições no interior da Bienal satisfaziam a sede por criação e um telão no segundo andar da Bienal exibia os desfiles para os menos privilegiados – aquelas a quem faltou o convite principal.
Ana Carolina Lahr
Um comentário:
Olá Ana tudo bem?
Faz tempo que não visitava seu blog, curti muito a matéria do SPFW e tenho certeza que foi bacana. Parabéns pelo trabalho !
Fica na paz
Felipe
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