04/11/2007

Neto Angel procura a essência de seus clientes para customizar as peças


Reinventar

Essa é a palavra que alimenta a tendência do único

Ana Carolina Lahr


Como já disse o inglês Colin McDowell, jornalista e estudioso da moda há 30 anos, “nós precisamos mais da moda do que das roupas não para cobrir nossa nudez, mas para vestir nossa auto-estima”. E esta talvez seja uma das razões que faz do mercado da moda um dos mais crescentes.

Com duas funções dificilmente associadas entre si, a moda faz da roupa um símbolo de aceitação social ao mesmo tempo em que é também uma das maneiras de refletir a visão individual do mundo. Acostumado a separar o certo do errado, o bom do mal e o bonito do feio, o pré-conceito intimida aqueles a quem falta ousadia - ainda que saibam o que querem - e a sociedade alimenta a tendência de se camuflar na discrição. “O perigo está em não querer buscar novidades em si mesmo e adaptar a tua vida ao costume e modo de ser de quem o cerca”, alerta José Batista da Cunha Neto, Neto Angel, consultor de moda.

Cansadas de assumir a identidade alheia, pessoas buscam maneiras de se destacar no visual sem causar repúdio. Com a chegada da customização, a era dos clones se aproxima do fim. A palavra, vinda da expressão inglesa custom made (sob medida) e do verbo to customize (adaptado a gosto pessoal), ganhou espaço e aceitação na década de 90, embora alguns pesquisadores acreditem que a “proposta do único nasceu com advento das peças artesanais do movimento hippie na década de 60”, explica Artemísia Caldas, especialista em Design Têxtil.

Um profissional especializado em customização analisa, dentre outras coisas, o convívio social, signo e jeito de expressar do cliente. Segundo Artemísia são os novos profissionais que mais contribuem para a divulgação da customização, “profissionais que trabalham para grandes indústrias são levados a contribuir para a venda do produto de massa”, admite.

Reinventar faz parte do movimento da diferenciação que foge da massificação e se alimenta das peças únicas. Na customização, a “moda ditada” - tendência imposta pelo mercado – se submete a uma análise de adequação do produto ao modo de vida do consumidor. “Cada pessoa, por mais caminhe na mesma direção ou vista cores e desejos iguais ao do outro, tem um diferencial nem que sempre é conhecido”, lembra Angel.



Um comentário:

Anônimo disse...

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