17/09/2007

Desfile da Rosa Chá na semana de moda de Nova York


Do Brasil para o mundo

Criatividade latina é um dos pivôs do sucesso brasileiro dentre a crítica internacional

Ana Carolina Lahr

O Brasil cresce no mercado mundial da moda e isso já não soa mais como novidade. O mais importante agora é manter o padrão de qualidade já apresentado e continuar alimentando a criatividade latina aguçada, como disse Renzo Rosso, proprietário da Diesel, em entrevista à Folha de São Paulo. Segundo o jornalista americano Robb Young, que esta semana dedicou uma grande reportagem à moda brasileira, os nossos estilistas estão abandonando o exotismo e as cópias. O comentário certamente implica dizer que o Brasil se diferencia por fugir da mesmice ao mesmo tempo em que entende cada vez mais a necessidade mundial.

Na última semana de moda de Nova York, que aconteceu dos dias 5 à 12 de setembro e contou com mais de cem desfiles, o estilista brasileiro Francisco Costa (da Calvin Klein) foi um dos elogiados por escapar dos clichês, ao lado de Marc Jacobs, uma das principais influencias da moda americana, com a marca Marc by Marc Jaccobs (ele é também diretor criativo da Louis Vitton). As grifes brasileiras que estiveram no evento - Alexandre Hercovitch, Carlos Miele, Cia. Marítima e Rosa Chá – também receberam elogios da imprensa norte-americana.

Marcas brasileiras brigam por espaço no mundo afora


Em 2006, o Brasil movimentou US$ 137,5 bilhões em exportações. Para este ano, as perspectivas de crescimento são de 11% nas vendas de produtos para o exterior, com a meta de chegar a US$ 152 bilhões. Ainda assim, os valores não atingem um terço do lucro interno, o que deixa o Brasil para trás no ranking das Marcas Mais Valiosas do Mundo realizado pela Interbrand (Internal Brand Engagement), uma das principais consultorias internacionais de avaliação de marcas.

Preocupado com a consolidação das marcas brasileiras no exterior, José Luiz de Paula Júnior, designer, professor universitário e especialista em criação de marcas, embalagens e desenvolvimento de produtos, criou o “Salão do Brasil em Paris”. A exposição visa difundir marcas e produtos brasileiros de alto valor agregado no exterior. A idéia do evento surgiu na França junto a um grupo de compradores de varejo, “eles afirmaram gostar muito do Brasil e dos brasileiros, mas que não compravam nossos produtos brasileiros por não serem marcas reconhecidas”, revela José Luiz.

Em sua 1ª edição, em 2005, a exposição contou com 40 empresas. Neste ano, o evento aconteceu de 5 a 7 de setembro na França e empresas de diversos segmentos foram representadas. No segmento moda, foi dada ênfase a produtos de tecnologia que proporcionam sustentabilidade.

O setor de moda tropical e lingerie, que atinge também tecidos e acessórios, é dirigido por Carlos Simões, consultor e coordenador de moda. Já o setor dos calçados é comandado por Robson Gaia.

Organizado pela Aura Eventos, e com o apoio da Fiesp, Ministérios das Relações Exteriores e Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento econômico de São Paulo, dentre outros, participam do evento empresas que possuem critérios de responsabilidade sócio-ambiental. As empresas que ingressam no projeto passam por uma análise para adequação ao perfil do exportador exigido por esses mercados.
“A marca brasileira deve também inspirar os preceitos básicos da brasilidade e evocar o sol, a alegria e as cores como aliados, sem abrir mão da tecnologia e do design disponíveis em boas universidades brasileiras”, afirma o embaixador Ruben Ricupero, presidente de honra do evento.



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