Nos anos 70 surgiu um conjunto de regimes ditatoriais e fascistas na América Latina. A ditadura militar brasileira ainda operava e teve como referencial famosos ciclos de expansão capitalista na periferia e também o "milagre brasileiro”, boom econômico incentivado e subsidiado pelos Estados Unidos.
O período teve como maior movimento artístico o Pós-modernismo, que rejeitava as influências modernistas e tinha como propósito popularizar e tornar acessível o que era tido como intelectual. Esse movimento criou uma linguagem visual baseada em signos, metalinguagem, metáforas e paródias. Era a chamada “crítica inteligente”.
A moda do começo da época ainda tinha resquícios da década anterior: hippie, com muitos vestidos floridos, batas e calças boca de sino. Aliás, foi Mary Quant, renomada estilista da época, quem adotou em um de seus trajes uma flor de plástico pela primeira vez. A ousadia se tornou mais tarde o símbolo do movimento hippie, o “flower power”.
Nessa década surgiu também a antimoda, que se opunha às tendências do mercado e da indústria que, segundo o movimento, privavam as pessoas da liberdade de expressão. A partir daí a moda se tornou individualista. A liberdade de escolha de vestimenta se deve, principalmente à ampliação dos pólos da moda mundial. Ao considerarmos a situação atual, observamos que a Europa continua expondo suas mudanças indumentárias ao mundo enquanto outros países também o fazem em escala global.
O estilo da década de 70 é muito eclético e, como na moda já não existiam ditadores, coexistiram estilos psicodélicos - camisas de poliéster, vestuário brilhante e plataformas - com estilos “naturais” - tons pastéis, tecidos de lã e algodão, vestuário flexível e étnico. O maior exemplo dessa multiplicidade foi o jeans, usado desde a alta-costura até o proletariado da época. Com tantas opções, surgiu a moda unissex. O blusão e a calça jeans, exemplo prático da busca pela igualdade entre os sexos, ao invés de revolucionar incutiu desleixo na moda do começo da década.
Com a entrada feminina no mercado de trabalho, a moda utilizada no dia-a-dia pelas mulheres cedeu lugar ao professional look : saias, blusas de seda, meia-calça cor da pele - de preferência- e sapato - na maioria das vezes de salto baixo.Mas o glamour foi novamente proclamado pelo glam-rock e pelas discotecas: muito glitter, seda, calças justas e boca-de-sino e maquiagem cintilante. Tudo isso deu vazão ao público homossexual, freqüentemente presente nas discotecas, onde era passível desde exagerados vestidos decotados até os recatados vestidos floridos da vovó. As roupas se tornaram cada vez mais justas e o culto ao corpo perfeito se tornou ilógico. Com corpos esbeltos, os sutiens foram deixados de lado e surgiram os decotes na altura no umbigo.
Nos anos 70 tudo era contraditório, cheio de oposições. Foi no final da década que nasceu o movimento punk, contra os hippies e os integrantes da era disco, com botas de couro, camisetas rotas e piercings, aboliram o algodão do vestuário e adotaram o plástico e o couro sintético como forma de expressão fashion, um tanto quanto dadaísta por suas combinações pouco condizentes para a época.
Até 1973 só a alta costura montava suas coleções à um público requintado e diminuto. A partir desse ano os desfiles de moda de novos estilistas foram legalmente permitidos. Novas coleções, muitas extremamente curiosas e despojadas, foram mostradas à um público maior. O estilista japonês Kenzo fez de seus primeiros desfiles em Paris grandiosos espetáculos e contribuiu para que os desfiles de moda se tornassem hoje grandes eventos.
,Mayara Moretto
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